sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Carta aberta aos recém-chegados

             
                Primeiramente bem vindos ao clube que está em nossos corações há muitos anos e que tem feito a alegria e trazido orgulho para toda uma região, estado e país. Não vou aqui relembrar tudo o que aconteceu de 29/11 em diante, respeito a dor e as lágrimas de cada um, sei que cada pessoa tem seu tempo de luto. Vou apenas falar um pouco sobre onde vocês irão pisar.

                 O gramado do Condá já viu vários jogadores que estavam desacreditados em seus times, jogadores que já estavam pensando em desistir de suas carreiras, voltando de leões graves, com fama de indisciplinados se transformarem em heróis e ídolos.

                   Não vou saber dizer para vocês se é a camisa, se é a cidade, a torcida, mas alguma mágica acontece quando você passa a ser o "Número, 10, 9, 88, 01 da Chapecoense". O espírito de Condá passa a fazer parte da tua vida e a sua vontade de jogar bola dobra, triplica ao som do "Vamo, vamo Chapeeee...eeeee". A cidade respira futebol.

                    Vocês nos encontrarão na rua, no mercado, no shopping, na farmácia e vão aos poucos se sentir chapecoenses, não se assustem, isto acontece com todos que tem um coração verdadeiramente apaixonado pelo que faz.

                    Claro que sabemos que existem clubes maiores, mais ricos, com melhor estrutura, mas quem por aqui passa leva pra sempre a saudade destas terras do Oeste.

                     Não vamos colocar nas costas de vocês peso nenhum de "substituição". Os heróis que se foram são insubstituíveis, nós sabemos disto. Pedimos apenas que vocês honrem a camisa que eles vestiram e contem com a gente nas arquibancadas.

                      Aqui a única "obrigação" é dar o máximo de si. Sabemos que mesmo fazendo isto as vezes as vitórias não virão, mas saberemos reconhecer a entrega.

                       Bom 2017 para vocês. O sucesso de vocês é a nossa alegria.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Um ano a ser escrito

                 
                    Uma folha em branco a ser preenchida, assim é a Chapecoense para 2017. A dor do ocorrido em novembro vai deixar cicatrizes eternas, mesmo assim avançar é preciso.

                    No momento de emoção forte, muito se prometeu, mas como era esperado, dado nosso conhecimento prévio da maioria dos dirigentes dos times que ofereceram ajuda, nada ou quase nada se cumpriu. Tudo bem, nossa diretoria é composta por gente cascudo, que vive no meio de tubarões no dia a dia dos seus negócios, sabiam de antemão que muito pouco viria. O que se concretizou foram "presentes de grego", com ofertas de jogadores que não acrescentariam nada para o Verdão.

                     Se puxarmos um pouquinho só da memória, alguns anos atrás esta era nossa realidade, garimpar, limpar, selecionar , formar bom time, revelar e recuperar jogadores para depois ao final do catarinense perder os melhores para outras propostas e ter que iniciar todo este ciclo pro ano seguinte. Guardada as devidas proporções, já que agora montamos times para competições muito mais complicadas, experiência nisto nós temos.

                       Este diretoria, apesar de ter um norte, demonstrou ter uma visão própria(se boa ou ruim teremos que esperar pra dizer), uma vez que foram atrás de um profissional de fora para o departamento de futebol.

                       Acredito que com umas 15 partidas poderemos ter uma ideia do que esperar para a temporada. O importante é saber que, deveremos ser pacientes e compreender que os resultados podem demorar para aparecer, portanto apoio irrestrito neste início e olhos bem abertos com quem está assumindo.

                     #Força Chape, nosso sonho não vai terminar.

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Incontestável

                 
Imagem: esporte.com

Chapecoense campeã da Copa Sul Americana 2016. Premiação gorda, vaga para a Libertadores 2017, Recopa Sul Americana, Copa Suruga 2017.

                    Gostaríamos de conquistar tudo isto amanhã em Curitiba, no Couto Pereira vibrando a cada momento até o apito final, mas infelizmente não será possível, pois os campeões não estarão lá para jogar.

                     Não é um título como outro qualquer, onde tomaríamos as ruas da cidade com buzinaço, bandeiras, camisas, bumbos e celebrações, este foi diferente, veio recheado de lágrimas tristes.

                      Apesar de tudo isto ainda sim é o maior título da história do Associação e no meu humilde ponto de vista divide em grandeza o mesmo patamar da Copa do Brasil do Criciúma. mas isto para nós , nem vem ao caso.

                       Importante frisar que este título, ao contrário do que alguns já estão querendo torná-lo, não é um título "honorário", "interino", "menor", ou ainda pior "por pena". Este título foi entregue espontaneamente pelo outro finalista que entendeu a impossibilidade da partida e viu valor suficiente no adversário para proporcionar tal ato.

                       A Chapecoense chegou até a final derrubando, o campeão da Copa Verde, um tradicional time colombiano que já foi semi-finalista de Libertadores, um Rei de Copas da Argentina, e um recente campeão da libertadores e finalista mundial. Se venceríamos o Atlético Nacional? Não sei, mas o time vinha bem na competição e ganhou tanto o respeito dos Colombianos que a torcida do time aceitou a entrega deste título. Não fomos para a justiça requerer isto,ninguém sugeriu ou pediu isto para os colombianos ou para a Comebol, se eles espontaneamente abriram mão de jogar a final e aclamaram a Chape campeã, nada há para se dizer.

                        Somos sim campeões, sem *asteriscos. A única torcida que poderia contestar isto não o faz, muito pelo contrário, nos parabeniza e aceita.

                        Não passe vergonha mostrando recalque por este título que o Verdão conquistou.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Vai voltar amanhã..mais uma vez,eu sei...

                 
                 Obrigado presidente Sandro Pallaoro. Este seria o título deste texto, mas lembrei que se ele visse este título iria chamar minha atenção "Não Jean, eu sou apenas uma parte, eu não entro em campo. Todos merecem do roupeiro ao goleiro." E eu responderia "Eu sei meu presidente, eu sei".

                   Mesmo assim não posso deixar de falar do cara que deu a cara a tapa, que foi um dos símbolos da recuperação e crescimento da Chape, repito, um dos símbolos, teve muita gente. O Sandro era um cara transparente, muitas vezes eu pensei "Meu Deus, alguém tire o microfone da frente do presidente", não porque ele estivesse falando alguma bobagem, mas porque muitas vezes era sincero demais pra este mundo tão político.

                    Aprendemos com o Sandro que podemos sonhar, mas não sonhar estes sonhos bobos de quem deseja algo e não se mexe pra ver acontecer. Aprendemos a sonhar andando pra frente, sonhar com os pés firmes no chão, um passinho de cada vez, não importando a pressa da imprensa ou da torcida. Sonhamos com os olhos bem abertos, enxergando o horizonte, assim veio a série B, a série A e a final da Sul Americana, tudo bem antes do sonhado.

                    O Pallaoro, desculpe a intimidade presidente, entregou tudo o que prometeu antes do prazo e na vida empresarial todo mundo quem entrega mais do que é esperado recebe aumento e promoção. Então presidente, ainda que de uma forma triste, você foi promovido a mito.

                     Não tenho dúvida que depois da tempestade de dor que tivemos, virá a bonança, assim é a Chapecoense que você nos deixou, um time nos trilhos. O povo do Oeste é forte, o espírito do colono acostumado a perder colheitas e seguir plantando é forte demais pra se entregar por isto eu sei, não nos entregaremos jamais.

                     Superaremos com a certeza do sol que se levanta a cada manhã.